1879. Com nove anos, Maria Sautuola acompanha o seu pai Marcelino numa incursão exploratória às Grutas de Altamira, na região espanhola da Cantábria. O que então podem observar é agora considerado nada menos do que um dos conjuntos pictóricos mais importantes e notáveis da Pré-história. Mas apesar do deslumbramento e da grandeza do achado, a aceitação do mesmo pela comunidade não foi pacífica e o seu reconhecimento deu-se já só no século XX. Para Conchita Sautuola, mãe de Maria, religiosa devota, a ideia de que pré-históricos "salvagens" tenham criado tão magníficas representações é muito perturbadora. Também a Igreja católica reage, interpretando a descoberta como um ataque à verdade bíblica. Da mesma forma, reconhecidos pré-historiadores liderados pelo francês Emile Carthailac, não admitiam a possibilidade das representações terem sido feitas por homens primitivos. Consequentemente, a família entra em crise e as grupas são encerradas.